Asperger's: diagnóstico






Notas tiradas do livro O Guia Completo da Síndrome de Asperger, do Dr. Tony Attwood.
A idade média de diagnóstico fica na faixa de 8 e 11 anos. Alguns motivos que levam ao diagnóstico são os seguintes:
= Na primeira infância
Geralmente o diagnóstico se dá numa investigação de porque a criança antes muito calada começa a falar demais e não ouvir, ou não interpretar o contexto social.
Em algum ponto da primeira infância a criança pode ser diagnosticada autista clássico, mas algumas mostram um impressionante desenvolvimento de linguagem, brincadeira e motivação para se socializar com os pares por volta dos 4-6 anos.
= Na educação infantil
A criança já é dada por imatura para administrar emoções e expressar empatia. Pode ter um conhecimento marcante em áreas de interesse, mas problemas significativos de aprendizagem ou atenção para outras habilidades acadêmicas. O professor pode notar problemas de coordenação motora como caligrafia, corrida e pegar bolas, por exemplo. A criança pode tapar os ouvidos para sons que são facilmente suportados pelas demais crianças. A professora já começa a perceber ansiedade crescente quando há mudança na rotina.
A criança não tem deficiência intelectual, mas demonstra falta de entendimento social.
= Na adolescência:
Na adolescência fica mais óbvia a dificuldade em planejar e organizar e completar as tarefas no tempo certo.

Outros problemas que levam ao diagnóstico
O diagnóstico pode vir também em função da investigação de problemas colaterais que apontariam para outras deficiências. A suspeita de um déficit de atenção, linguagem, movimento, humor, habilidade para aprender ou comer pode levar ao diagnóstico de Asperger. Veja algumas suspeitas:
TDAH
Algumas vezes há uma investigação por Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) antes de fechado o diagnóstico de Asperger. Problemas em manter a atenção, impulsividade e hiperatividade podem parecer TDAH, mas isso não explicaria a falta de habilidade social, linguística e cognitiva. Os dois diagnósticos, contudo, não são mutuamente excludentes e a criança pode se beneficiar de ambos tratamentos.
Atraso na fala
O atraso na fala geralmente é a primeira característica que aparece numa criança com a síndrome. A criança que tem dificuldade em entender a linguagem de alguém e de ser entendida. Pode ficar ansiosa e recuar em situações sociais.
Coordenação motora comprometida
O diagnóstico pode começar numa investigação da criança desajeitada, com problemas de coordenação motora, dificuldade em tarefas como amarrar os sapatos, aprender a andar de bicicleta, caligrafia e apanhar bolas. A marcha ou a corrida são diferentes e falta ritmo. A criança então é encaminhada a um terapeuta ocupacional que iniciará a investigação.
Problemas de humor
A ansiedade e as mudanças de humor podem levar ao diagnóstico também. Um dos problemas enfrentados pelas crianças é que eles usam mais o intelecto que a intuição para obter sucesso em interações sociais. Isso se deve ao constante estado de alerta e ansiedade que pode levar à exaustão mental e física. Ela pode apresentar mecanismos compensatórios para evitar o estresse emocional e a depressão decorrentes desse esforço.
A reação depressiva pode ser internalizada (quando a criança tem problemas de autoestima, pensamentos suicidas e frases como “eu sou burro”); ou externalizada (com críticas ou expressões de surtos de raiva e frases como “é culpa sua”).
Distúrbios alimentares
Podem incluir a recusa a comer comidas com uma textura específica, cheiros ou gostos por causa de uma hipersensibilidade sensorial. Vários estudos mostram um peso menor nas crianças portadoras de Asperger devido à ansiedade e à aguçada sensibilidade sensorial associada à comida.
Deficiência em aprendizagem não-verbal
A criança pode ter habilidades intelectuais e acadêmicas, mas os testes neuropsicológicos apontam discrepância entre as habilidades de compreensão verbal (QI verbal) e de visão espacial (QI de performance). Se a discrepância é um QI verbal significativamente maior, pode ocorrer um diagnóstico de deficiência em aprendizagem não-verbal. Crianças que têm essa discrepância geralmente apresentam déficit nos seguintes campos: habilidades de organização e percepção visual, percepção tátil e psicomotora complexa, adaptação a novas situações, percepção do tempo, aritmética mecânica e interação social.