Eu não estava preparada para o que viria. Um mês atrás o que parecia ser um dia de fúria virou uma semana, que virou uma quinzena e agora eu me encontro com cara bege só pensando no que teremos de enfrentar. Dá vontade de achar um quartinho e ficar quieta até uns três anos se passarem.
Aqui está o dilema: o menino cresceu, atingiu 1,80m e parece adulto. Tem espinhas, um bigodinho apontando embaixo do nariz que ele tanto diz ser só dele. A voz altera de acordo com a necessidade de afirmação: é fina quando pode ser um moleque. Vira grossa e alta quando ele quer lembrar que ele cresceu.
Embora o corpo e o exame de testosterona digam que ele cresceu, a cabeça ainda é a de um menino que gosta de minecraft e de bob esponja. Inconsequente, despreocupado com a vida, imaturo.
A gente tenta dizer o que é o melhor, mas é como se falássemos outra lingua. A casa sofre com a guerra para escovar, acordar, vestir, desvestir, dormir, tomar banho, comer, parar de comer. Que cansativo.
De todos os dons que Deus dá aos homens, eu preciso de paciência. Mas tem de ser muita, porque com pouca eu nem topo sair dessa cadeira. Desculpem o desabafo!