Asperger's: definição

Em plena guerra mundial, um médico psiquiatra de Viena nota que algumas crianças são autistas com alto grau de funcionalidade. 

Por que falamos em autismo leve e síndrome de Asperger? Quem tem autismo tem duplicações cromossômicas? A resposta é nem sempre. Pense no inverso: pessoas com alterações cromossômicas têm chances aumentadas de ter autismo. Ou seja, se você tem um filho autista, pode ser que ele tenha – ou não – uma alteração genética. Você pode se aprofundar fazendo um exame chamado cariótipo ou o próprio mapeamento genético.

Mas se você tem um filho com cromossomopatia como a 48XXYY, ele está bem mais propenso ao autismo em algum nível do que uma criança sem alterações genéticas. 

Então vamos falar da síndrome:

Autismo leve, antes conhecido como autismo de alta funcionalidade ou síndrome de Asperger, é definido por falta de entendimento social, habilidade limitada de manter um diálogo e um interesse intenso em assuntos específicos. Talvez a maneira mais fácil de entender a síndrome é descrever alguém que percebe e pensa sobre o mundo de maneira diferente em relação às demais pessoas.

Foi primeiramente descrita pelo psicólogo vienense Hans Asperger em 1944, em meio à Segunda Guerra. Ele observou crianças com atraso na maturidade e na interpretação social que tinham aspectos incomuns nas habilidades sociais, de uma maneira geral. As crianças tinham dificuldade para fazer amigos e frequentemente sofriam bullying. Apresentavam deficiência na comunicação verbal e não-verbal, especialmente nos aspectos da linguagem conversada.

Algumas crianças usam linguagem meticulosa, detalhista e um ritmo, tom e entonação bem característicos.

Com gramática e vocabulário relativamente avançados, ao final da conversa, o interlocutor percebe que há um algo incomum dentro do esperado para o diálogo com uma criança daquela idade. Asperger relatou deficiência na comunicação e no controle de emoções, e uma tendência a intelectualizar sentimentos.

A empatia não é madura como esperado, considerando a habilidade intelectual. As crianças têm uma preocupação egocêntrica com um tópico específico ou interesse que domina seu tempo e seus pensamentos.

Algumas apresentam dificuldade em manter a atenção em classe e tem problemas de aprendizado específicos. Asperger notou que tais crianças são mais dependentes das mães em cuidados pessoais e organização.

Ficam óbvias a marcha e a coordenação motora desajeitadas. O psicólogo também notou que algumas crianças são extremamente sensíveis a certos tipos de sons, aromas, texturas e toques.

Asperger fez uma relação próxima das características com parentes diretos, cerca de 46% dos casos, com especial atenção ao genitor homem. Para ele, a síndrome tem mais chance de ser uma herança genética ou neurológica do que ser decorrente de aspectos psicológicos ou do meio em que se vive.

Ele definiu essas crianças com um tipo estável e permanente de personalidade, mas afastou o diagnóstico da esquizofrenia, por não apresentar a desintegração e a fragmentação características dessa desordem.