Estratégias compensatórias




Geralmente na faixa dos 6-8 anos a criança se dá conta, por ela mesma, de que ela vê o mundo de maneira diferente dos demais e isso gera uma preocupação.


A criança pode desenvolver pensamentos compensatórios e comportamento de quem se sente alienado, socialmente isolado e não compreendido.
Eles são resumidos em quatro tipos:
1 – Depressão reativa: a falta de sucesso social faz a criança se achar “defeituosa”, a ansiedade desse pensamento pode levar à depressão. Pode haver mudanças na rotina de sono, apetite, falta de ânimo e questionamentos sobre suicídio e morte.
2 – Fuga à imaginação: se na vida real a criança se vê incapaz, no mundo imaginário ela se sente bem-sucedida e é capaz de criar amigos mais próximos do que os reais. Outra vantagem é que o amigo imaginário está sob controle sempre e disponível. Ele pode evitar a solidão da criança. A fuga pode fazer bem para a criança, mas há o risco de ela ser mal interpretada quando confunde os dois mundos e narra coisas que só existem no mundo imaginário, ou seja, se passa por mentiroso. Hans Asperger citou um paciente que era chamado de mentiroso. Ele não mentia para se safar de nada – aliás, dizia sempre a verdade – mas contava histórias fantasiosas, longas e fantásticas, mas também incoerentes, nas quais sempre aparecia como o herói.
3 – Negação e arrogância: a criança pode negar veementemente a dificuldade social e desenvolver, com certa arrogância, a ideia de que se há uma culpa, não é dele. Na sua opinião, ela opera no “modo Deus”, onisciente, nunca erra e cuja inteligência precisa ser louvada. Eles consideram que não precisam de tratamento e se recusam a ir a psiquiatra ou psicólogo.
4 – Imitação: eles fazem a leitura de alguém que consideram socialmente bem sucedidos e tentam assumir a mesma personalidade. Eles reprisam ocasiões com o personagem com o uso de bonecas, figuras ou amigos imaginários. Copiam voz, gestos e maneiras.
